quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

PODER POLÍTICO DOS SUPER RICOS IV - A VIOLÊNCIA II

A Globo novamente chama os militares, chamados pela quadrilha do Temer.



                                                             Imagem publicada no Tijolaço. Vale a pena ler o post

Como nas décadas de 1950 e 1960, as forças da reação estão prontas para escalar a violência do estado contra os mais pobres.

As reportagens que mostravam assaltos violentos como se estivesse havendo um pico excepcional dessas ocorrências no Rio de Janeiro (não estava) coincidiram com a constatação que há um impasse relativo às eleições para a presidência em outubro próximo. Eles - as forças representadas pelo Partido Neoliberal - estão sem saber o que fazer para manter o golpismo no poder sem essa perturbação de eleições.

Na escalada de manifestações dos setores protofascistas da classe média a partir de 2013, a alternativa de ditadura militar sempre esteve presente. Afinal de contas, não houve mudança na doutrina e na atitude dos militares brasileiros depois do período claramente ditatorial de 1964 a 1985.

Houve um recuo, influenciado pelos Estados Unidos, que não gostaram de iniciativas nacionalistas do governo Geisel, e que possibilitaram a volta, ainda que precária, a um regime constitucional. Hoje, o império está por trás de movimentos subversivos e golpistas em todo o mundo visando derrubar governos que possam agir em desacordo com a sua estratégia de dominação global. 

Os militares brasileiros, cuja maioria é influenciada pelos Estados Unidos, que sempre os proveram de armas, treinamento (inclusive sobre torturas) e doutrinas, aparentemente não possuem uma doutrina de defesa da nação brasileira. A única doutrina conhecida pelo público é a Doutrina de Segurança Nacional, gerada em Washington para uso dos regimes clientes, e que convenientemente sempre alienou os militares nacionalistas, minoritários. 

Juízes, policiais e procuradores não têm conseguido dar legitimidade ao golpe perante grande parte da população. A instituição militar, que sempre foi poupada pela mídia, está em condições de ser ungida ao poder como a menos rejeitada pela população. Iniciativas como o programa do submarino nuclear brasileiro - golpeada com a condenação do almirante Othon Pinheiro da Silva, e da fabricação do caça brasileiro em conjunto com a empresa sueca Grippen, que teria propiciado a criação de um parque industrial associado, estão sendo abandonadas, sem protestos audíveis pelos militares. 

Estes retomam a atividade que mais tem ocupado as forças armadas dos países latino americanos ao longo da história, a de reprimir civis desarmados, os chamados alvos macios. A pobreza em crescimento com o desemprego e as "reformas trabalhistas" que visam baixar os salários reais, o sucateamento dos serviços públicos como saúde, educação e segurança pública, além de aprofundar a desigualdade, desagregam a população. Marginalizam-se os jovens, dos quais parte inevitavelmente adere a atividades ilícitas e à violência. 

Aí então, pela enésima vez, faz-se escalar a violência oficial. No caso, começam a aplicar métodos de exército de ocupação, similares aos dos apartheid sul-africano e israelense, cercando as favelas e outras comunidades carentes, e exigindo documentos às pessoas. Humilhando e apavorando a todos, como a menininha da foto, torcendo as mãozinhas, esperando...

Não tem perspectiva de resolver nada da violência, que é endêmica em todo o país, não só no Rio, não só nas grandes cidades, e tende a crescer de forma mais acelerada.

O capitalismo não tem respostas dentro de um sistema democrático, e não existe no Brasil um agrupamento efetivo de oposição ao PNL. Em outros países as teses do neoliberalismo tem perdido força e há ensaios de reverter algumas das "reformas" como as privatizações de serviços públicos. Mas é que eles ainda possuem instrumentos democráticos em funcionamento.


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