segunda-feira, 27 de março de 2017

PIKETTY E A POLÍTICA

Acabo de ler um livro de "cronicas" do Thomas Piketty, "Às urnas, cidadãos!", artigos curtos que ele publicou principalmente no jornal Libération, mas também no Le Monde e em seu blog.

O assunto predominante desses artigos é a França, seguido da União Europeia, no período entre 2012 e 2016. Pegou o fim do período do governo de Nicolas Sarkozy, e acompanhou o governo de Hollande, que ainda está lá. Pontos interessantes:

Grandes esperanças com a eleição de Hollande, seguidas no tempo de críticas à tibieza de seu governo na condução da economia, principalmente em relação à política fiscal, ou seja, de onde tirar o dinheiro para os gastos e investimentos do Estado. Ocorreu-me um paralelo com outros políticos que não avançaram tanto quanto prometeram como Lula, e também Obama.

As grandes contradições da União Europeia,  com críticas mais ou menos parecidas com as dos economistas de centro esquerda americanos, como Paul Krugman e Joseph Stiglitz, mas com propostas para consertar as coisas, caso seja possível (ele dedicou um outro livro, "É possível salvar a Europa?" a esse tema).

Ele não deixa de enfatizar nos artigos a importância da questão da desigualdade crescente, de riqueza e poder, objeto do seu catatau "O Capital do Século XXI". Ele acredita na possibilidade de ter uma economia de mercado, com o mercado submetido aos controles "necessários", que ele julga ser possível reinstalar, através de controles supranacionais sobre os caminhos do dinheiro...

Pode ser, mas importante na obra do Piketty é que ele não deixa de apontar os fatos mais importantes sobre os fluxos e a acumulação da riqueza hoje, comparando-os ao passado recente, principalmente ao longo do século 20. Vale a pena ler.

Nenhum comentário: