segunda-feira, 2 de maio de 2016

UM DOMINGO NO ANHANGABAÚ

Tirei umas fotos, mas sem dedicação. Dê uma olhada, em vez disso, no Conversa Afiada, lá tem um vídeo bastante bom.

Fomos, a patroa mais eu, ao ato de primeiro de maio no Anhangabaú. Ambiente pessoal muito bom, como sempre nos atos da esquerda, em que nadamos como água, mesmo sem termos conversado com ninguém. As pessoas são abertas. Claro que o tempo ajudou: uns 19 graus, sol, atmosfera bastante limpa.

Tratou-se de preservar os gramados, o pessoal se absteve em grande escala de jogar lixo no chão.

As falas. Importantes os recados das centrais sindicais, partidos de esquerda, movimentos populares. Mostraram a disposição de contestar desde o primeiro dia o eventual governo golpista de Temer, com seu programa neoliberal. Uma exceção foi a fala, que considerei medíocre, do Rui Falcão

Queríamos ouvir a Dilma e o Lula, e este não compareceu. Saímos mais ou menos às três horas, depois da fala da Dilma, quando começo a atuar um grupo feminino de rap. A fala da Dilma foi relativamente boa, considerando a sua falta de talento oratório, mas mostrou disposição de luta, e fez o anúncio bem oportuno das bondades, destinadas inclusive a segurar o que é possível na "eventualidade".

O não comparecimento do Lula, que chegou a ser anunciado do palanque, me deixou um tanto apreensivo. Estaria doente? Afinal, um homem de 70 anos, com tudo o que vem fazendo, pode sempre cansar, ter mal estar. Mas minha preocupação se agravou quando eu vi uma notícia sobre Temer querer procurar Lula para poder "governar".

A turma que lotou o Vale do Anhangabaú está pronta para a luta, não para qualquer compromisso com o golpe e seu programa neoliberal destinado a tirar dinheiro dos pobres para engrossar os tesouros dos 1 por cento. Depois da deflagração do golpe, iniciado em sua fase atual no dia seguinte ao da reeleição de Dilma mas começado em 2005, com as atuações sórdidas da mídia e do STF na farsa do mensalão, não pode haver compromisso a não ser de uma posição de força. Essa força agora deve ser exercida pelos movimentos populares e grupos de esquerda, nas lutas das ruas, recuperando tudo o que foi sendo deixado de lado desde o início do período de Lula. Não se pode aceitar outra carta aos brasileiros.

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