quarta-feira, 13 de abril de 2016

O QUE TÊM DE BOM OS CUNHA?

Estão prontos para começar o desmonte dos programas e políticas que favorecem a redistribuição da riqueza, acelerando a concentração em favor dos 1 por cento.

Prontos para entregar os recursos naturais do Brasil ao grande capital financeiro internacional (Serra já prometeu o pré-sal para a Chevron), e vender o que puderem das empresas públicas: Petrobras, Banco do Brasil, Caixa entre outros.

Para iniciar o sucateamento da educação pública e do SUS.

Instalar um aparato repressivo para tentar sufocar a reação dos trabalhadores e das frações mais pobres da população.

Montar esquemas de salvação financeira do verdadeiro partido do golpe, que são a Globo, Folha, Abril, Estadão, Isto é e outros grupos golpistas menores, ao lado de uma repressão à neutralidade e à diversidade do jornalismo via internet.

Para isso, estão neste momento montando o seu esquema. Para cassar os votos dos que se opuseram a tudo isso dando maioria de votos a Dilma Roussef em 2014. 

Sob o beneplácito do MPF e omissão covarde do STF (isto não é novidade em nossa história). Veja o comentário de Fernando Brito.


Seremos “todos Cunha”?

CUNHAS
CUNHAS
O que torna um artista raro – falo de artistas, não dos “fenômenos” mercadológicos que a mídia constrói – é sua capacidade de traduzir em sua obra uma realidade que, nela, adquire uma expressão evidente e que nossos sentidos percebem mas não sabem traduzir com exatidão.
As vezes, os desenhos que furto da generosidade dos cartunistas me dão a impressão que, num pequeno retângulo, dizem mais do que expresso em linhas e linhas.
Que retrato mais cru do que este do Angeli, na Folha de hoje, poderia ser traçado dos que vão decidir domingo se o seu voto – em Dilma, em Aécio, em Marina ou em qualquer outro – vale ou não vale?
Sei que Eduardo Cunha e suas falcatruas repugnam, como repugnam os Paulos Robertos Costas, os Cerveró, os Pedros Baruscos , que estão soltos como o presidente da Câmara gozando a vida com o muito que lhes sobrou das suas gatunagens, já que não há notícia alguma que estejam gramando no trabalho como eu e você, que jamais roubamos um centavo.
Mas, se Cunha está onde está, isso se deve a maioria de votos que obteve na Câmara e estes votos foram dados na esperança que pudessem “ser todos Cunha”.
Domingo, esta maioria de novo, será toda Cunha.
Cunha, o homem que abriu o processo de impeachment porque o Planalto de Dilma lhe negou cobertura para evitar o processo na Comissão de Ética, aquele que há seis meses não dá um passo.
Cunha, o homem que deterá o comando daquele que, por seu intermédio, ocupará a cadeira presidencial.
Cunha, aquele que não terá movido céus e terra para assumir o controle do Governo e, em seguida, descer ao inferno  de uma cassação e dos 184 anos de prisão que fingem lhe pedir.
Quem não fizer de tudo e um pouco mais diante disso, perdão se ofendo, também será um Cunha, porque – ainda que por simples omissão – ajude a consumar-se esta tomada do poder, sem voto e sem decência.
Se não podemos fazer muito, algo podemos.
Ir às ruas, escrever aos amigos (ou copiar o que te escrevo, porque é algo que dou de coração), falar nas redes sociais, mas algo, algo, desesperadamente algo por você, por seus filhos, por seus pais, por seu país.
Levantam, para te convencer que já nada adianta, uma onda do “já ganhou” na mídia.
É falsa, mas intimida, desanima, prostra.
Este desafortunado país é coberto por um manto de hipocrisia, que se tornou uma camisa de força da histeria.
Um cartunista como Angeli conta a todos nós o que milhares de páginas de jornal e internet não dizem: que todos eles, neste processo, são Cunha.
Eu não serei. Você não é. Os homens e mulheres de bem deste país, mesmo os que detestam o PT, Lula ou Dilma, não são.
Não se corrigem erros, mesmo graves, com desastres.
Não se arruma a casa em crise arruinando-a.
Quem pode e quer assumir o poder sem voto não precisa de voto e, portanto, não precisa de você.
Mas se o Governo escapar desta multidão de Cunhas precisará de apoio e, portanto precisará de você.
E esta desgraçada política econômica que se adotou para saciar os lobos insaciáveis terá de mudar.
Não somos todos Dilma, nem todos Lula, muito menos todos PT.
Mas não seremos, jamais, jamais, não seremos todos Cunha.

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