terça-feira, 7 de outubro de 2014

É A DISPUTA PELA RENDA, ESTÚPIDO!


Traduzo neste título, e adapto às condições brasileiras, um dos motes de uma eleição passada dos Estados Unidos, a de Bill Clinton contra George Bush pai: it`s the economy, stupid!

Eis o texto de um manifesto da coligação de direita que substitui as candidaturas de Aécio Neves e Marina Silva:

PELA UNIÃO DAS OPOSIÇÕES

Apoiamos Aécio Neves porque a sociedade brasileira quer mudanças. Porque é preciso dar um basta à conivência com a corrupção e aos retrocessos que marcaram a ação do governo nos últimos anos: a confusão entre partido e Estado e a cooptação de organizações da sociedade civil. Porque a democracia requer valores republicanos e exige o respeito às diferenças políticas, culturais e individuais. Apoiamos Aécio Neves porque a estabilidade e o crescimento econômicos são condições indispensáveis para que a redução das desigualdades seja efetiva, e a retomada do desenvolvimento seja sustentável. Porque queremos que as pessoas realmente se emancipem da ineficiência e das distorções dos serviços públicos, da pobreza que amesquinha seus horizontes e da falta de acesso a direitos fundamentais em áreas prioritárias como educação, saúde e segurança pública.

 Assinavam até ontem à noite, personalidades como Adriano Pires, Alexandre Schwartsman, Bolívar Lamounier, Edmar Bacha, Eduardo Giannetti,Eduardo Portella Eduardo Viola Everardo Maciel Flávio Dias Barbosa , Francisco Correa Weffort , Itiberê Muarrek, Joaquim Francisco de Carvalho,José Álvaro Moisés, José Arthur Giannotti, José Eli da Veiga, José Roberto Mendonça de Barros, Lucio Gomes Machado, Paulo Francini , Pedro Malan, Philippe Reischtul, Roberto Macedo,Luiz Felipe Lampréia, Marcilio Marques Moreira, Marcos Jank, Rubens Barbosa, Sergio Besserman Vianna, Sergio Fausto, Sergio Mindlin, Shigueo Watanabe. Alguns que sempre foram conservadores, outros que aderiram à direita mais recentemente. Tem até amigo meu na lista. Uma parcela não desprezível eu conheci pessoalmente.

O problema com este manifesto é que ele é, quando não se perde em abstrações, diversionista, procura desviar da questão fundamental desta eleição, como tem sido em todas as eleições recentes no Brasil: quem se apropria das rendas dos recursos naturais e das rendas públicas, incluindo aí o dinheiro dos impostos e da previdência. O verdadeiro programa da direita brasileira (como no resto do mundo) é favorecer os rentistas – os que tratam de acumular riqueza se apossando de empresas antes públicas pela privatização explorando-as como monopólios privados, os que recebem juros da dívida pública, os bancos, que emitem moeda sem lastro, só para a acumulação própria. Os donos do poder fazem isso há séculos neste país, o que foi grandemente acelerado no governo de Fernando Henrique Cardoso e pode voltar a acelerar.

Tem a Petrobras, para privatizar mais, o pré-sal para passar a gerar renda para petroleiras estrangeiras em vez de saúde, educação, infraestrutura, política industrial, segurança. Quando o capital internacional estiver bem (mais) rico, eles proverão as necessidades de todo o mundo.  Tem a corrupção boa, das propinas e lobbies das corporações e governos dos grandes irmãos do norte, que a mídia e imprensa comerciais escondem em baixo do tapete.


O povo, ora o povo, que espere o bolo crescer e gerar as migalhas.

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