Quando ele assumiu, depois da morte do generalíssimo Franco, herói da direita, ditador desde 1936 - 1939 (período da sangrenta guerra civil que ele iniciou e venceu na Espanha)até 1975, quando os médicos finalmente desistiram de manter regiões de seu corpo vivo.
João Carlos era filho do rei da Espanha, que Franco preterira porque era muito liberal para seu gosto. O filho tinha sido tutelado pelo ditador, que nele confiava, para assumir a chefia do estado em sua sucessão. Havia um sucessor designado por Franco, que já era a grande eminência do país, o general Carrero Blanco, que saltou pelos ares num dos atentados terroristas mais festejados na história, pela organização separatista basca, ETA, que batizou a ação de Operação Ogro.
Na época da morte de Franco, por alguma razão que não me lembro,eu brincava com amigos dizendo que se tratava de Juan Carlos, o breve. Errei!
Primeiro ele foi montando uma democracia formal,liberando a imprensa, permitindo a organização de partidos políticos. Durante o processo houve uma tentativa de golpe militar apoiado pelos EUA (ver Wikipédia), mal explicado na época. Os militares sublevados, que invadiram o parlamento espanhol, proclamavam sua submissão ao rei, que acabou negando apoio, mas recentemente saiu publicado que Joãozinho fizera parte do complô, mas pulou fora. Um ano depois, em 1982, a Espanha entrou para a OTAN. Quem sabe quando a história toda será contada.
O primeiro governo pós-Franco estava assentado sobre as mesmas bases do franquismo. Houve depois períodos de governo do partido socialista, que promoveu um pacto, o do Moncloa, entre trabalhadores e capitalistas, para "moderar" as leis e reivindicações daqueles, em benefício da "competitividade" da Espanha e das receitas destes.
A incrível arrogância de Juan Carlos contra o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, em uma reunião de chefes de estado e de governo em 2007 no país deste último acabou por desmoralizar uma iniciativa espanhola de montar uma associação de caráter neocolonial, a cúpula ibero-americana.
Mais recentemente, Joãozinho foi caçar elefantes na África com o dinheiro do contribuinte espanhol, discretamente, mas como quebrou uma perna a turma toda ficou sabendo, inclusive a seção espanhola do WWF, que decidiu expulsá-lo do cargo de presidente honorário. O genro dele revelou-se um tremendo corrupto, e parece que as relações com a rainha da Espanha não são lá essas coisas. Em todo caso, esperou o aniversário de 76 anos para pular fora. Agora vai,ó Filipe!
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