segunda-feira, 26 de maio de 2014

SECA DO NORDESTE A IMPORTÂNCIA DA REDE DE PROTEÇÃO SOCIAL

Do Tijolaço

A fome de seca e a seca da fome

26 de maio de 2014 | 15:20 Autor: Fernando Brito
menosfome
Hoje, no lançamento do Plano Safra de Agricultura Familiar, Dilma Rousseff  afirmou  que, se a seca é um fenômeno inevitável, a fome pode, sim, ser evitada.
“Quero dizer pra vocês que uma das coisas que não podemos aceitar é uma visão a respeito do semiárido que está passando por uma das maiores secas dos últimos 50 anos, tem gente diz que é dos últimos 100 anos, porque agora começou a chover de forma regular, mas como a seca foi muito dura, não houve recomposição ainda dos açudes, porém é importante fazer algumas constatações” afirmou Dilma.
“Nós não vimos aqueles movimentos que víamos há 12 anos, 15 anos atrás, que era a população sem ter como sobreviver tomando medidas drásticas, como invadindo supermercado, fazendo grandes levas migratórias. Por quê? Porque temos rede de proteção social”, prosseguiu Dilma.
duassecasSerá que a Presidenta está sendo irreal ou injusta?
Este modesto blog tem obsessão por fatos, então foi ao site no Instituto de Pesquisas Especiais ver se, de fato, a seca este ano foi idêntica à de 1998, que produziu a ilustração e a reportagem da insuspeitíssima Veja no governo Fernando Henrique Cardoso, que fui buscar depois da seleção brilhantede João de Andrade Neto, editor do Conversa Afiada.
Não foram secas iguais.
A deste ano foi muito mais intensa e atingiu uma área muito maior, como você pode observar nos dois mapas aí ao lado, que registram a chuva acumulada de 1° de janeiro a 25 de março de cada um dos dois anos, que você pode ampliar clicando na figura.
Amarelo, laranja e marrom marcam as áreas com menor precipitação, em ordem decrescente.
Marrom é um dedo de água acumulada em três meses, somando tudo.
Só de olhar, dá pra ver que a seca deste ano foi mais intensa e mais extensa, com menor índice pluviométrico e mais áreas atingidas.
Mas o 14 não foi como “O Quinze” magistralmente narrado por Rachel de Queiroz, nem como o “98″ que provocou a reportagem da Veja.
A “dança da seca” da mídia, com o coro de Aécio Neves e, agora, de Eduardo Campos, na esperança de que um apagão elétrico provocado pelo esvaziamento das represas não é inventada do nada.
A seca é imensa e terrível.
Só que encontrou um Brasil melhor e mais bem estruturado, seja na segurança energética, seja na segurança alimentar.
Como não vamos eleger São Pedro, é bom olhar os fatos e ver que fantasma do passado existe, sim.
E precisa ser exorcizado.

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