quinta-feira, 17 de abril de 2014

OS QUE NÃO SÃO POLÍTICOS

Vez por outra aparecem candidatos a algum cargo eletivo que proclama, mirando captar votos de mentes toscas, não ser político. Agora mesmo, temos uma Marina Silva, posando de nobre ex-ministra, aquela que priorizava a defesa do meio ambiente, como vice de Eduardo Campos, e Paulo Skaff, o costumeiro empresário que vem trazer a eficiência empresarial para salvar o estado de São Paulo de seus problemas.

Não concordo com isso de maneira alguma. Política é arte de manejar os poderes à disposição de quem deve tomar decisões que afetem os cidadãos. É uma arte muito difícil, não é para amadores, mas o mundo real está cheia desses amadores, sem contar os eternos os diversos graus de cleptocratas, situados dentro ou fora do círculo de pessoas que o povo considera como políticos.

Precisamos de políticos inteligentes, centrados no bem comum (pelo menos em grau maior do que no bem próprio), hábeis, carismáticos. Capazes de, em momentos adequados, contrariar poderes estabelecidos. Honestos?honestidade, ou um grau mínimo de honestidade deve ser pressuposto, não qualidade. Os mais dotados em virtudes políticas são necessariamente honestos do ponto de vista pessoal, e podem virar estadistas. É aqui que a porca torce o rabo, no Brasil como na maior parte do resto do mundo.

Dilma Roussef é política medíocre, do tipo que escolhe gente medíocre para trabalhar com ela, como a presidenta da Petrobras, Graça Foster. 

Uma historinha sobre Foster: No começo do primeiro governo Lula houve um evento acadêmico num espaço do conjunto do Colégio São Luiz, na rua Luis Coelho em São Paulo. Numa das mesas estaria Ildo Luis Sauer, professor da USP, e recém indicado para diretor da Petrobras. Foster,também recém indicada para um cargo no Ministério de Minas e Energia também estava lá, iria para a mesma mesa e recusou-se, por tratar-se de Sauer. 

Hoje leio comentários sobre o desempenho da presidenta de Petrobras antes e durante o depoimento. Ficou totalmente na defensiva, deixando sempre uma brecha para a mídia conservadora atacar o seu antecessor, José Sérgio Gabrielli. Gabrielli, diferentemente de Sauer, embora tenha tido a mesma origem - a academia - no governo Lula, é político, porque pensa e age como político. Ficou sete anos no cargo de presidente da Petrobras, deixando como desafetos a que eu saiba apenas Dilma e Graça, possivelmente devido a um autofágico (na palavra de Luis Nassif) processo de luta pelo poder.

Os comentários de Luis Nassif e de Miguel do Rosário estão aqui e aqui.  


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