sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

ÁGUA EM SÃO PAULO

A postura do governador Alckmin, de adiar o racionamento, depois de meses de chuvas abaixo do esperado e com os reservatórios em níveis alarmantes, lembra a manutenção da taxa de câmbio no fim do primeiro governo de FHC. Mantém uma situação de deterioração progressiva só para esconder um problema grave em ano de eleições.

No caso da água em São Paulo, o racionamento futuro promete ser mais grave, tanto que o ministério público pediu ao governo a adoção imediata de medidas de contenção do uso da água. Mas o proximidade das eleições é o elemento comum entre as duas crises. Nos dois casos, também, os jornalões e a mídia minimizam os problemas. O que lembra a maior parte da imprensa mundial nas vésperas da deflagração da Grande Recessão, que ignorou solenemente os avisos dos gatos pingados economistas e "confiou" em vez disso nas agências classificadoras de risco, que diziam que tudo estava bem. 


A SABESP não tem investido o que devia em manutenção da rede de distribuição de água. Será que agora começaria a fazer isso? Também não investe na expansão da oferta. Havia estudos de captação de água na bacia do rio Ribeira de Iguape, que foi feito deles? Será que o governo está esperando um clima político favorável para finalmente fazer o que sempre quis, privatizar a SABESP? E chamar os tubarões da água como Vivendi e outros, que acabaram sendo expulsos da Bolívia ao cortar o abastecimento de água das populações pobres, que não podiam pagar o "preço de mercado" imposto por eles?


Vamos ver o que o futuro nos espera, porque nada indica que a seca esteja para ceder.


P.S. A Carta Capital desta semana publicou uma reportagem sobre o tema, com acusações contra a gestão tucana da SABESP. Veja aqui

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