quarta-feira, 2 de outubro de 2013

COALBRA

Lendo o importante livro de Palmério Doria, O Príncipe da Privataria, recém-lançado, um “panegírico” que mostra a trajetória política e os desastres (para o Brasil) de Fernando Henrique Cardoso e de seu PSDB veio à tona o nome Coalbra, que me lembrou da época em que um programa sem pé nem cabeça foi lançado.

Sempre fui uma pessoa ligada a políticas de energia. Fui do IPEN, trabalhei em estudos sobre energia pela FDTE/USP, e mais treze anos na CESP e na Secretaria de Energia de São Paulo. Trabalhava na FDTE quando me deparei com a notícia sobre o empreendimento da Coalbra – Coque e Álcool de Madeira S. A.  ainda durante a ditadura, sob seu último titular o general Figueiredo, e com apoio de Golbery do Couto e Silva. Na época, soube do apoio dos professores Gil Serra José Goldemberg ao empreendimento.

A Coalbra foi fechada depois que se constatou que Sérgio Motta desviava a maior parte do dinheiro público recebido para aplicações no mercado financeiro. No entanto, o que me chamou a atenção não foram os desvios, que, quem sabe, podem ter servido para ajudar no caixa inicial de formação do PSDB. Foi que a ideia de extrair álcool de madeira não fazia sentido, do ponto de vista de eficiência econômica, e também de eficiência física. Sergio Motta era engenheiro – consultor, como se intitulava, e Goldemberg, considerado, pela opinião publicada, a maior referência como especialista em energia. O que reforçou para mim a necessidade de grande prudência em relação à qualidade dessas escolhas. Da opinião publicada e do Professor Goldemberg.

Algumas referências: um, dois, três, quatro.

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