terça-feira, 3 de setembro de 2013

DE ROMA, SEM, ENCONTRAR O PAPA


Impressões de um centro bem famoso


Estou na Itália pela sexta vez. Quero dizer, fisicamente, já que meus contatos com a cultura, e com pessoas desse pais existiram sempre. Há os parentes, descendentes dos irmãos que meu pais deixou há quase noventa anos atrás. Há as revistas, a música, o cinema italianos. Leio bem, e entendo, se meu interlocutor falar pausadamente.

Tem a parte da família que agora é deste país. E um bem querer difuso, vindo em parte de afinidades que brasileiros e italianos têm entre si. Agora, tem também muitas diferenças. A turma daqui é no geral racista mais ainda do que a classe média da nossa terra. Outra coisa estranha é a aparente incapacidade que os italianos têm de se livrar de coisas como sua burocracia infernal e parasita, e do Berlusconi.

Mas isto remete à incapacidade que o mundo inteiro tem mostrado de se opor ao poder dos grandes parasitas do mundo atual: os um por cento mais ricos, donos e grandes executivos das grandes corporações, financeiras, industriais e de serviços. O poder das mídias corporativas explica a burrice e passividade das massas, que quando saem às ruas têm sido incapazes de mudar qualquer coisa de forma substancial no poder do estado. Em todo caso, nosso governo, embora vacilante em relação ao poder do capital, tem sido capaz de conduzir um reformismo lento, mas que tem melhorado as condições de grande parte da população, e que tem ao menos tentado ganhar um pouco de autonomia em face do império. É pouco, mas tem conseguido um certo apoio de parte considerável da população, e é muito melhor que qualquer alternativa entre as que hoje se apresentam. 

Somando tudo, acho que o Brasil hoje tem um governo e um estado melhor que os da Itália.

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