sábado, 15 de junho de 2013

PASSE LIVRE, II

Reforçando o que coloquei ontem, aqui vai o que saiu no Viomundo:


Adriano Diogo: “Infiltraram policiais civis e militares no meio da garotada para incitar a violência”

publicado em 14 de junho de 2013 às 23:56
por Conceição Lemes
Na próxima terça-feira, os deputados estaduais Adriano Diogo e Beth Sahão (PT) proporão  à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) a  convocação do comandante da Polícia Militar (PM), para dar explicações sobre barbárie dessa quinta-feira, 13 de junho.
“Nos últimos dias, o governo Alckmin prometeu intensificar a repressão nas próximas manifestações de rua. Ao anunciar isso publicamente, ele deu a senha para a repressão abusiva, descabida, desnecessária da PM”, atenta Adriano Diogo, que preside a Comissão. “Os policiais atiraram em jovens, jornalistas, pessoas que estavam passando… Barbarizam mesmo para forçar uma reação violenta.”
“Embora o metrô e o trem tenham aumentado, o governo Alckmin, nas entrevistas, só se refere ao aumento do ônibus, para atingir o governo Haddad”, prossegue o deputado. “É uma ação pensada, bem orquestrada, com vistas à eleição de 2014, e com o objetivo de desmoralizar o PT.”
“Nessas horas, dá perceber claramente o que nós já sabemos: a  estrutura policial da ditadura permanece intacta, principalmente os setores de inteligência, como a P2 [serviço reservado da PM] e a tropa de choque”,  denuncia Adriano. “Infiltraram policiais civis e militares à paisana no meio da garotada para incitar a violência. Ninguém me contou, eu vi um bando de profissionais em provocação – não eram estudantes! –,  quebrando vidro, fazendo bandidagem.”

Estamos lidando com o ovo da serpente. Se Haddad permanecer no discurso de condenação à violência, sem peitar claramente as ações da polícia de Alckmin, estará reivindicando a condição de figurante na peça de Brecht, A Resistível Ascensão de Arturo Ui. Com direito a assistir a  algum desfile de marchadeiras, invocando 1964.

Agora, cabe reafirmar. O movimento do passe livre, conscientemente ou não, está disputando do "setor privado" rendas do Estado. Trata-se de conseguir para as classes que não possuem tudo, parte das rendas que o Estado garante aos setores da economia que recebem subsídios e concessões, e legislações favoráveis: os bancos, as grandes corporações ligadas à exportação de soja, minério de ferro, etc., aos concessionários beneficiários da privatização, aos conglomerados midiáticos. Essa disputa é importante. 

Nenhum comentário: